Nesta aula, aprofundaremos um tema de suma importância para o esporte profissional: a governança esportiva. Após discutir a autonomia esportiva e a exigência de acesso a recursos públicos na aula anterior, agora vamos entender como a governança se manifesta na prática e quais são as suas principais características.
A governança esportiva é um conjunto de práticas e normas que visam garantir uma gestão ética, eficiente e responsável no esporte. Em essência, são diretrizes e deveres a serem cumpridos pelos gestores para assegurar que não haja problemas na lisura dos processos, buscando sempre o melhor resultado de forma lícita e segura.
A governança tem como pilares a transparência, participação e prestação de contas. Para que os critérios de governança sejam cumpridos, é necessário demonstrar total transparência nas ações. Agir em conformidade com o que foi estabelecido é fundamental; caso contrário, é preciso resolver a situação.
A implementação de uma boa governança no esporte pode trazer inúmeros benefícios. Historicamente, gestores brasileiros foram criticados pela falta de governança, agindo de forma arbitrária. O Estado, por sua vez, busca implementar mecanismos para que a governança esportiva e as boas práticas sejam seguidas.
Para que as entidades esportivas possam receber recursos públicos, alguns requisitos de governança são exigidos:
A necessidade de transparência obrigatória é um ponto crucial da governança. Isso inclui a divulgação anual de receitas e despesas até o mês de abril. Além disso, a Lei Geral do Esporte exige o acesso público a contratos e convênios com o poder público. Essa medida permite que qualquer pessoa saiba o que o clube recebe e como esses recursos são geridos.
O controle social é estimulado através do envolvimento de atletas e representantes na estrutura de governança dos clubes. A criação de conselhos e comitês com participação diversa, incluindo atletas, oxigena as ideias e traz novas perspectivas, gerando benefícios.
Por fim, é indispensável a existência de canais para denúncias e ouvidorias independentes. Esse canal deve permitir que eventuais irregularidades sejam denunciadas de forma anônima, sem que haja qualquer relação com a diretoria do clube, garantindo a apuração e a ação correta, visando que o clube aja conforme as diretrizes de governança de forma ética, transparente, segura e eficiente.