Contexto Histórico Mundial dos Direitos da População LGBTQIA+

A Colonização da Sexualidade e do Gênero

Aníbal Quijano, sociólogo peruano, em sua obra “A Colonialidade do Poder”, explica que a Colonização se sustentou por 3 pilares:

  1. Raça;
  2. Exploração Capitalista;
  3. Classificações de Gênero.

O autor sustenta que o processo de colonização da Europa sobre o resto do mundo utilizou o conceito de raça e da construção de gênero para sustentar um status quo de poder e submissão das nações consideradas “não civilizadas”. Por isso, é importante entender que a sabedoria tradicional sobre sexualidade é uma construção que expressa uma posição, e deve ser estudada com cuidado, pois há o risco de reforçar discursos que muitas vezes aprisionam em uma lógica colonial. Caso queira aprofundar sobre o assunto, pesquise sobre o movimento do pensamento decolonial e a sua luta pela criação de um conhecimento livre da episteme eurocêntrica. 

Homossexualidade na História Antiga

Na Antiguidade, a relação sexual e afetiva entre homens era uma prática comum e aceita, sendo, inclusive, institucionalizada pela sociedade política da época pela chamada Pederastia Institucionalizada. Essa prática consistia na relação entre homens mais novos e mais velhos, com a finalidade de que o jovem recebesse a masculinidade e virilidade do homem experiente e sábio nesse processo. 

O homem mais velho e sábio deveria exercer a postura ativa, enquanto o jovem aprendiz exercia o papel de passivo. Inclusive, se essa ordem fosse subvertida, havia consequências políticas e sociais ao mais velho, pois a subversão era enxergada como uma espécie de renúncia à masculinidade, e, portanto, inaceitável. 

Nessa época não existiam propriamente “homossexuais” e “heterossexuais”, já que todos poderiam manter relações sexuais e afetivas sem que representasse uma mudança em seu status social. As fontes históricas pouco encontraram sobre a relação entre mulheres na Antiguidade. Isso porque a sexualidade feminina era, de certa forma, irrelevante socialmente, passando despercebida pelos relatos antigos. Sobre o assunto, importante ler sobre a história da poetisa Safo, residente na Ilha de Lesbos (daí o nome “lésbica”). 

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