Utilitarismo - Bentham e Stuart Mill
Jeremy Bentham
Jeremy Bentham (1748-1832) foi um filósofo e jurista, precursor do utilitarismo.
Pode-se conceituar o utilitarismo como o entendimento segundo o qual o ser humano busca sempre o prazer e evita a dor, ou seja, visa sempre ao próprio bem-estar.
Uma ação será útil, portanto, quando maximizar a felicidade que alguém pode alcançar. Essa ideia vale tanto para um indivíduo em particular quanto para governos.
É nesse sentido que uma lei será justa quando promover o bem-estar do maior número de pessoas possível.
Ao se tomar uma decisão, dessa forma, sua utilidade deve ser "calculada". E como mensurar a utilidade?
- Intensidade de dor ou prazer que causa a decisão a seus destinatários;
- Duração de seus efeitos;
- Certeza ou incerteza de sua funcionalidade e do seu objetivo;
- Proximidade ou distância (afeta diretamente ou indiretamente o indivíduo?).
Por esta razão, a ética utilitarista é chamada de consequencialista.
Uma das críticas que se faz ao utilitarismo é que esse pensamento poderia nos levar a considerar que os interesses de grupos minoritários podem ser facilmente sacrificados em prol dos da maioria, o que é bem problemático.
Dilema do bonde
Vejamos um exemplo do pensamento utilitarista: imagine um bonde desgovernado que está indo em direção a cinco pessoas presas nos trilhos.
Se você pudesse mudar a direção do bonde para uma rota onde o bonde mataria apenas uma pessoa, que decisão tomaria?
A questão em que reside a dificuldade, para muitos, é que deixar o bonde percorrer seu curso normal e matar as cinco pessoas implica não tomar parte no acontecido, ou seja, implica deixar o curso natural das coisas acontecer. Acionar a alavanca que faz o bonde mudar de direção, entretanto, seria tornar-se responsável pela morte daquele um indivíduo.
De acordo com o utilitarismo, a decisão a se tomar é certamente a de mudar a rota do bonde, já que, neste caso, morreriam menos pessoas.
Stuart Mill
John Stuart Mill (1806—1873) foi um filósofo e economista britânico, discípulo de Bentham. Suas obras mais importantes foram "Utilitarismo" e "Sobre a liberdade".
Mill falou a respeito do princípio da liberdade, segundo o qual o indivíduo não deve prestar contas à sociedade, desde que suas ações não interessem a ninguém, ou seja, desde que não venham a causar prejuízos.
Sua preocupação era proteger os indivíduos de ações tiranas dos governos. É por isso que o pensamento de Stuart Mill defende os direitos e das garantias individuais.
Sendo o Estado o guardião das liberdades individuais, suas ações devem estar em consonância com a vontade geral.
A grande questão, para Stuart Mill, é que a representação popular pode se tornar uma imposição da opinião majoritária, assim como acontece nas religiões.
Segundo ele, a interferência do governo na liberdade dos indivíduos somente se justifica quando for estritamente necessário prevenir danos a terceiros.