O método de abordagem, como visto em momentos anteriores, é aquele caracterizado por abarcar mais amplamente os fenômenos estudados, é o modo pelo qual se chega à conclusão: pode ser sob a forma do processo indutivo ou do processo dedutivo.
É o processo mental por meio do qual se conclui uma verdade geral não contida direta, mas indiretamente nas partes examinadas, alcançando conclusões mais amplas do que as premissas oferecidas. É a forma de raciocínio que parte do particular para o geral.
Exemplo 1: Cobre é um metal e conduz corrente elétrica, zinco é um metal e conduz corrente elétrica, prata é um metal e conduz corrente elétrica; ora, todos os metais devem ser condutores de energia elétrica.
Exemplo 2: João, José e Pedro são seres humanos e todos eles são mortais; logo, todos os seres humanos devem ser mortais.
Corre-se o risco, trabalhando-se com o método da indução, de cair em falácia, sofismo ou paralogismo. Raciocínios falhos que se apresentam como que revestidos de lógica. Esse é o maior perigo que se corre ao se trabalhar com o método indutivo. Devemos ter um cuidado especial com esse possível falso cientificismo. Veja como pode ser capcioso o método indutivo mal aplicado:
“Se o amor é cego, e Deus é amor, então Deus é cego."
"Quem não trabalha tem muito tempo sobrando. Se tempo é dinheiro, quem não trabalha é rico."
O argumento dedutivo trabalha com premissas genéricas e verdadeiras que levam à conclusão da pesquisa. Desse modo, se as premissas colocadas durante o trabalho científico são verdadeiras, deve-se chegar, obrigatoriamente, à uma conclusão verdadeira. Entende-se, assim, que toda a conclusão já estava implícita nas premissas.
Com isso, objetiva-se explicar o conteúdo das premissas visando ao encontro da identidade com aquilo que se pretende provar, a fim de gerar maior segurança e certeza no seu conteúdo, utilizando-se premissas maiores e premissas menores. Ao contrário do que ocorre com o método de abordagem indutivo, diz-se que o método dedutivo é aquele cujo raciocínio parte do geral para o particular.
Exemplo 1: Todo os mamíferos possuem coração (premissa maior). Todos os cães são mamíferos (premissa menor), logo, todos os cães têm coração (conclusão).
Exemplo 2: Matar alguém – reclusão de seis a vinte anos (art. 121, Código Penal) – premissa maior. João matou José (premissa menor). Logo, João deve ser apenado de seis a vinte anos (conclusão).
Exemplo 3: Matar alguém – reclusão de seis a vinte anos (art. 121, Código Penal) – premissa maior. Se João não matou José, não deve ser apenado (premissa falsa). Se existem outras premissas que não foram consideradas, a conclusão poderá não ser verdadeira (ausência de premissa), como ocorreria, por exemplo, diante de hipóteses que servissem como excludentes de ilicitude.